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Bayer é condenada a pagar 1,5 bilhão de dólares a agricultores contaminados

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Um júri do Missouri, nos Estados Unidos condenou na sexta-feira, (17), a multinacional alemã Bayer a pagar US$ 1,56 bilhão (cerca de R$ 7,6 bilhões) a quatro pessoas que alegaram que o herbicida da empresa chamado Roundup, marca comercial do glifosato, causou lesões e doenças, incluindo câncer. As informações são da Agência Reuters.

Trata-se da quarta derrota consecutiva da companhia, que divulgou comunicado após a sentença afirmando que teria "argumentos sólidos" para rebater as acusações em recurso à Justiça americana. Após a decisão vir à público, as ações da Bayer caíram 18,9% nesta segunda-feira, (20), atingindo o nível mais baixo em 14 anos.

Trata-se de mais uma decisão judicial envolvendo o polêmico herbicida que é composto por glifosato, agrotóxico cujo uso está relacionado ao câncer, segundo estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), e que tem seu uso liberado no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com restrições

De acordo com a agência de notícias, Valorie Gunther, de Nova York, Jimmy Draeger, do Missouri, e Daniel Anderson, da Califórnia, receberam um total combinado de US$ 61,1 milhões (R$ 299,3 milhões) em indenizações compensatórias e US$ 500 milhões (R$ 2,44 bilhões) cada em indenizações punitivas.Cada um deles foi diagnosticado com linfoma não-Hodgkin, que alegaram ter sido causado pelo uso do Roundup em suas propriedades familiares. A esposa de Draeger, Brenda, recebeu US$ 100 mil (R$ 489,87 mil) pelos danos que sofreu com a doença de seu marido.

Apesar de mais uma derrota na Justiça, a Bayer reiterou em seu comunicado que décadas de estudo teriam mostrado que o herbicida é seguro para uso humano.

No início deste mês, a Union Investment, um dos 10 principais acionistas da Bayer, pediu à empresa que considerasse tentar negociar com as pessoas que estão processando a companhia para chegar a acordos. Atualmente a companhia responde a cerca de 50 mil processos envolvendo o uso do Roundup.

A substância consta da relação de inseticidas que segundo a IARC, Órgão das Nações Unidas que estuda o câncer,  são causadores desta doença em seres humanos, assim como, o malathion.

No Brasil o Instituto Nacional do Câncer José Alencar(INCA) e outros orgãos idenficam o malathion como causador de câncer.

Deputado Federal Lindbergh Farias apresenta Projeto de Lei para Assegurar Plano de Saúde a Servidor da SUCAM

No último de 13 de novembro o Deputado Federal Lindbergh Farias (PT/RJ) a pedido do SINTSAUDERJ/CNTSS/CUT apresentou o projeto de lei 5489/2023, que fixa a obrigatoriedade da União Federal custear plano de saúde para os servidores de combate as endemias que tenha sido expostos ao DDT e ao Malathion.

Segundo um estudo que vem sendo realizado, desde 2010, pelo Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana/Escola Nacional de Saúde Pública/Fundação Oswaldo Cruz (Cesteh/ENSP/Fiocruz) identificou uma prevalência de 3,6 vezes maior de doenças neurológicas entre os agentes de saúde, comparada com uma população não exposta aos agrotóxicos, uma vez que exposição a agrotóxicos está associada a doenças neurológicas como Alzheimer, Parkinson, neuropatia periférica e esclerose lateral amiotrófica. A pesquisa também constatou o aumento do risco de morrer precocemente: a idade média de morte dos agentes de combate a endemias no Rio de Janeiro é 54 anos, enquanto, a idade média para mortes na população brasileira é de 78 anos, de acordo com o IBGE. Ou seja, esses agentes têm seu tempo de vida reduzido em cerca de 20 anos. Dos óbitos registrados no período pesquisado 75 % dos trabalhadores morreram em idade produtiva (entre 40 e 59 anos) e as principais causas de morte foram doenças do aparelho respiratório e câncer.

Para acompanhar a tramitação de projeto de lei clique aqui

 

 

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